Paulo Henrique Rodrigues dos Santos tem apenas 23 anos. Ele nasceu e foi criado na cidade de Itapetininga, interior de São Paulo. Desde 2014, o jovem resolveu se aventurar para o Oeste de Santa Catarina, lugar de onde não pensou mais em sair. "Vim morar e trabalhar em Santa Catarina, em Abelardo Luz. Foi uma grande alegria na época, pois sempre tive vontade de conhecer e morar no Sul do Brasil. Em São Paulo, eu trabalhava com gado leiteiro. Ao contrário daqui, que é gado de corte", conta.

Uma nova vida se iniciou para Santos, que vem construindo sua história como cabanheiro. "Meu primeiro emprego foi uma das cabanhas mais antigas de Charolês do Brasil, chamada Santa Tecla, de propriedade do Jamil Deud. Eu devo muito a esse homem. Foi ele quem me abriu as portas para a realização do meu sonho de trabalhar com o Charolês, me ensinou sobre a raça e me deu oportunidades para crescer na vida, trabalhando com essa raça que eu amo", diz, satisfeito com o sucesso.

 Longe de casa e da minha família, o jovem morava com os patrões em Aberlado Luz. Diz que sofreu um pouco com o frio intenso da região, sendo que não estava acostumado com esse clima em São Paulo.

 Santos também trabalhou em Camaquã, no Rio Grande do Sul, onde aprendeu a amar e gostar das tradições gauchescas. "Na Cabanha da Figueira, aprendi e aprimorei meus conhecimentos sobre Charolês, com o auxílio de outro cabanheiro, meu grande amigo Márcio Brum. Durante anos de trabalho e dedicação, começaram aparecer as grandes conquistas. Entre as principais, foram Grande Campeão em Campos Novos/SC e Campeão touro dois na famosa Expointer, que é a Copa do Mundo dos animais de Elite, realizada em Esteio/RS", destaca.

Após esse grande sucesso nas pistas e também pela diminuição de vacas na fazenda, Santos retornou para Santa Catarina e começou a trabalhar na fazenda Tozzo, em Chapecó. Aí uma nova história se iniciou na sua vida profissional. "Após um ano desenvolvendo meu trabalho na maior cidade do Oeste do Estado, conheci Renan Donati, e sabia que ele estava começando dentro da raça e queria uma pessoa com experiência ao seu lado na cabanha. Conversamos muito e no dia 20 de abril de 2018 eu comecei trabalhar na Cabanha Mano Rafa, em São Miguel da Boa Vista.

Como toda mudança, o menino determinado e profissional sentiu dificuldades novamente na adaptação. "No começo não foi fácil, a estrutura era pequena e bastante difícil para trabalhar com os animais. Eu morava de aluguel em Maravilha e tinha me deslocar todos os dias. Mas os meses foram passando e tudo melhorou. Em um ano de cabanha, já temos várias conquistas em todas os julgamentos e exposições que fomos. Entre elas, cito o título de Reservado Grande Campeão, em Itajaí; Reservado Grande Campeã, na Expolages; Grande Campeã e Suprema Grande Campeã, na Itaipu Rural Show. Além de terceiras melhores fêmeas e machos e muitos outros prêmios de categoria", ressalta.

Se preparando para ir, pelo segundo ano consecutivo, para o Litoral do Estado, entre os dias 23 e 28, Santos atua no preparo dos animais e frisa que o objetivo é trazer os melhores prêmios. "Hoje, devo muito a família Donati por acreditar no meu trabalho e por fazer tudo o que eles fazem por mim. Aqui me sinto tratado mais do que um funcionário e sim como um membro da família. E que venham muitos e muitos anos juntos", finaliza o jovem.