As 255 cooperativas que atuam em Santa Catarina reúnem 3,4 milhões de cooperados. O valor indica um crescimento de 14,97% em relação ao ano passado, com incremento de 454.084 mil pessoas. Os dados são do levantamento anual realizado pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) anunciado nesta semana pela organização. As cooperativas criaram 8.734 novas vagas de trabalho em 2021.

    Em ano de recuperação do período da pandemia, as cooperativas tiveram uma receita bruta de R$ 67,9 bilhões, o que representa crescimento de 37,32% em comparação a 2020. O destaque foi do setor do agronegócio, que contribuiu com 72% das receitas do sistema. "Todos os ramos evoluíram porque, quando o agronegócio cresce, há uma intercooperação em Santa Catarina e todos os ramos crescem", explicou o presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin, durante coletiva de imprensa realizada na manhã de terça-feira (5), em Florianópolis.

    O sistema cooperativo reúne sete ramos. Além do agronegócio, as cooperativas de crédito também foram destaque em Santa Catarina, com receita bruta de R$ 8,7 bilhões. Na sequência, destaca-se o crescimento das cooperativas de saúde, infraestrutura, consumo e transportes.

    As cooperativas tiveram sobras na casa de R$ 4,6 bilhões, 53% geradas pelo agronegócio. Suzin explica que as cooperativas podem distribuir esses valores entre os cooperados, mas a maneira de distribuição depende de cada uma.

Perspectivas para este ano

    Após o crescimento e recuperação do período da pandemia, a situação da guerra na Ucrânia preocupa o setor. "Nós estamos sentindo algumas coisas, em 40 e poucos dias de guerra, as coisas estão bem mais difíceis do que os dois anos que nós passamos em pandemia", resume Suzin.

    Entre os principais motivos, ele destaca a queda do preço do dólar e a falta de navios para escoamento da produção. A estiagem, que assolou o Estado no segundo semestre do ano passado, causará um déficit de milho em 2022. Segundo Susin, Santa Catarina consome cerca de 7 milhões de toneladas de milho por ano e, fora do período de estiagem, produz cerca de 3,5 milhões de toneladas. Este ano, por conta dos reflexos da seca, a produção pode ser inferior a 2,5 milhões de toneladas.

    Entretanto, Suzin prevê que a participação das cooperativas continuará expressiva nas exportações do agronegócio, que respondem por mais de 70% das vendas catarinenses no exterior, decorrente da imensa presença das cooperativas nas cadeias produtivas de grãos, da suinocultura e da avicultura.

Fonte: RCN